sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Cabo Coaxial - As artérias da Estação

Ultimamente tenho dado um valor e um cuidado muito grande a este componente da estação que não tinha antes: O CABO COAXIAL, tanto pelo seu custo como pela sua importância no funcionamento da estação.

Um cuidado básico que tenho agora é aplicar fita auto fusão nos conectores que ficam ao tempo e tampar qualquer corte ou raspão que apareça na capa do cabo, pois se entrar umidade por minima que seja já muda o desempenho da ligação antena - rádio. Já tenho um pilha de cabos que sucatei por que a malha esta oxidada; pior que perdi tempo tentando acertar ROE usando estes cabos e só depois de muito quebrar a cabeça tentando acertar a antena  que me despertei para a fato que o cabo estava estragado.

Muitos antenistas afirmam que o cabo não precisa ter comprimento calculado, eu já penso que se é para ajustar uma antena usar um cabo o mais curto possível no comprimento harmônico apropriado ao tamanho da antena(meia onda, 1/4 de onda); depois de pronto usar o tamanho de cabo que for preciso. Eu me espelho nas grandes estações que as antena estão distante dezenas e até centenas de metros do estação, cabo grosso RG213 é claro mas não tem como controlar o comprimento deste.
Agora é ajustar a antena para ROE 1:1,5 ou menos, guardar este cabo e usar o comprimento que for preciso no sistema rádio- antena.
73 extensivo aos teus 

Radio de Ondas Médias Marvel

É um rádio da marca *Marvel*, de duas faixas, com uma referência ao ano de 1939.

Utiliza as seguintes válvulas:
- *6EA8/ECH81*     -►   RF
- *6K7*                     -►   amplificadora de F.I.
- *6AV6*             -►   detetora
- *6V6*               -►   saída de áudio
- *5U4*               -►   retificadora
Obviamente foi reformado ao longo dos anos, pois *desconfio que* as válvulas originais *deveriam ser* no padrão *6A7, 6K7, 6Q7, 6F6 e 80*, isso se não fosse no padrão *78, 78,75,42 e 80*. Apesar da modernização ter sido muito bem feita, há vestígios óbvios de substituição dos soquetes para o padrão miniatura, pois a ECH81 e a 6AV6 têm seus soquetes dentro de furos de tamanho maior.
Dá a impressão de ser realmente do final dos anos 30: gabinete de boa qualidade, falante com bobina de campo, variável de três seções marca MM, bobinas com pintura Wrinkle.Acima a direita o referido auto com bobina de campo, ou seja ao invés de um imã uma bobima para criar o campo magnético.
Vejamos agora as etiquetas:

domingo, 22 de dezembro de 2019

Como Calibrar um Canal de FI

Para calibrar o canal de frequência intermediária de um receptor AM, primeiramente é desejável de se ter um bom gerador de RF.
Sem esse instrumento qualquer tentativa de alinhamento é errônea; ou seja, funciona, mas sempre fora da especificação.
Também é preciso ter a informação do fabricante, sobre a frequência que esse canal filtra. Só para ilustração existem vários valores de frequência intermediária usados por diversos fabricantes: 450 kHz, 455 kHz, 460 kHz, 465 kHz, 470 kHz, 475 kHz, 480 sem contar com os mais antigos que tinham valores na casa dos 128 kHz como nos Philips "Matador".
Mas a grande maioria dos aparelhos fabricados após 1940 usaram a frequência de 455 kHz.
Supondo que você possa conseguir um gerador, e tenha a frequência correta...
Faça o seguinte:
1-) Ligue o gerador e o rádio e deixe funcionar pelo menos uns 10 minutos para que aqueçam e atinjam um nível de estabilidade (no caso dos valvulados).
2-) Ajuste o gerador à frequência especificada.
3-) Conecte o sinal do gerador à grade da válvula conversora em série com um capacitor de 50K.
4-) Ajuste o volume do receptor ao máximo.
5-) "Sintonize" o capacitor variável na posição de máxima capacidade (todo fechado)
6-) Receptor na faixa do ondas médias.
7-) Regule os trimmers ou núcleos de ferrite dos transformadores de FI para obter o máximo de sinal na saída, começando pelo 2º transformador, que é o que vai conectado ao diodo da válvula detectora.
Caso haja alguma regeneração, faça como descrito acima e dessintonize levemente (experimentando) um dos ajustes das F.I.'s.

Normalmente o alinhamento da F.I. mal feito pode levar a uma banda passante deficiente, ou seja, ou excessiva, quando a seletividade fica prejudicada, ou muito estreita, quando a resposta de áudio fica afetada na sua parte de alta frequência e o som fica grave demais. Muitas FI's devem ser ajustadas, não para o máximo de saída nas suas bobinas, mas com a chamada sintonia desencontrada, onde o circuito primário e o secundário têm ajustes diferentes, gerando uma banda passante mais adequada. Nos rádios menos sofisticados o ajuste para o máximo já é suficiente. De qualquer forma, não funciona o método do “ouvidômetro”, em especial porque o ouvido é logarítmico na sua resposta e então pequenas diferenças de nível não podem ser percebidas. Outro detalhe é que o AGC (ou AVC) do rádio deve ser retirado provisoriamente durante o ajuste (normalmente com um curto para a terra na sua tensão e com o menor nível possível no gerador para se  evitar saturações porque, com ele, a saída tende a ser constante e prejudica a procura do valor máximo, mesmo com os equipamentos corretos.
Num circuito  transistorizado o acoplamento deve ser  feito  através de um indutor a antena ou simplesmente por  aproximação  entre  o Gerador e o Receptor?
Isso é outra coisa que passou “batido”, mas eu imaginava que era mais ou menos óbvio. O circuito de antena é sintonizado na RF de 550 a 1600 kHz e não é um bom ponto de se entrar com um sinal de 455 kHz. Num receptor simples pode até funcionar porque a rejeição da entrada não é total e, apesar da etapa conversora à frente, existe um certo acoplamento entrada-saída nessa etapa. Em receptores de qualidade, onde os misturadores são bi-balanceados, entrar o sinal de 455 pela antena simplesmente não funciona e o sinal tem de ser aplicado, por exemplo, na saída do misturador e com acoplamento muito fraco (pequeno capacitor). Mas repito: não se esqueça de obter os “mínimos” de sinal SEM o AVC (AGC).

O gerador deve ter a capacidade de ser modulado em AM, a maioria tem essa facilidade com um oscilador interno de 400 Hz. Ou 1 kHz. A máxima saída pode ser medida diretamente “em cima” do alto falante. O nível do gerador deve ser o suficiente para se obter um sinal bom que se monitora pelo áudio mesmo. Na medida em que for “afinando” a sintonia, pode ser necessário reduzir a saída do gerador para evitar a saturação de algum estágio do receptor. Talvez, se o gerador for mantido em um mínimo sinal o AGC nem vai atuar e poderá permanecer ativo.

Manter um sinal do gerador tal que o AGC não seja ativado não é muito fácil em alguns rádios.

Mas se o técnico que for alinhar não possuir o circuito do rádio para desativar o AGC corretamente é uma alternativa fazer o ajuste com o sinal mínimo. A maioria dos valvulados pode ter a linha de AGC ligada ao chassis e já está feito, mas nos transistorizados a linha do AGC tem uma tensão média que é a polarização dos transistores e não é possível desativar de forma igual. Então só com o esquema e conhecimento de como o AGC funciona nele para desligar ele de forma correta.

Mas tem de desativar na geração do AGC e não na linha de AGC, isto é, na retificação da RF cuja DC se soma à de polarização. Mas é bem mais enrolado de se fazer.

Tem uma quantidade enorme de rádios que a geração do AGC é feita pelo mesmo detector de 1/2 onda que também é o detector do áudio. Por isso sem o manual a coisa fica muito empírica e facilmente levando a um erro no processo.

Como funciona o AGC/CAG

O sistema automático de ganho (AGC/CAG) de um circuito amplificador de F.I., a regulação é feita de tal forma que os sinais fracos são amplificados e os sinais fortes são atenuados, evitando a grande variação do nível de som reproduzido pelo rádio durante a mudança de sintonia.
O sinal de radiofrequência de F.I. proveniente do secundário do último transformador de RF é aplicado ao circuito detector. Os  amplificadores de F.I. irão regular o ganho de amplificação do circuito, mantendo desta forma o nível de amplificação praticamente constante na saída do último transformador de F.I. e entregue ao detector. Para sinais fracos, o AGC de RF mantém o amplificador de RF na condição de máximo ganho. Na medida em que o sinal captado pela antena é mais intenso, o AGC de F.I. comanda a redução de ganho do estágio de F.I., enquanto que o amplificador de RF continua com o ganho máximo. Esta condição garante a melhor relação sinal/ruído para sinais fracos.

Mais um pitaco

Me atrevo a dar um pitaco prático que há muito tempo me utilizo, para testar o oscilador local, uso um radinho portátil destes digitais, sintonizo na frequência que pretendo receber, mais a frequência de FI do equipamento que está sendo testado e giro o dial até encontrar no radinho digital.
Exemplo, quero testar se o oscilador local de um receptor de 40m com conversão única e canal de FI em 455khz está funcionando. Sintonizo o rádio digital em 7000khz mais 455khz, ou seja 7455khz, e giro o dial do equipamento a ser testado na volta de 7mhz, se o oscilador local estiver ok, terei obrigatoriamente que ouvir o batimento no receptor digital. Este é um teste prático e muito útil. Também uso tal artifício, para verificar o funcionamento de osciladores fixos, por exemplo, uso muito,(usava), nos Delta 209 para ver se os osciladores fixos de 4133Khz e 5067Khz estão em funcionamento.
Cassiano PP5CS

sábado, 24 de agosto de 2019

Novicio QRP- VFO


O VFO original era baseando num oscilador cerâmico de 4,43Mhz, sugestão do autor de obter de umas sucata de televisão em cores, pois o oscilador de croma trabalha nesta frequência, mas isso no padrão PLA-N, o nosso sistema brasileiro era PAL-M, que usa outra frequência.
O clarificador era baseado na capacitância de um 1N4007 mesmo.
Como a estabilidade de frequência não estava boa, e o range de cobertura muito estreito optei pelo projeto de VFO do Ararinha. E usei um capacitor varicap de um sintonizador de televisão, que como alguns sabem tem justamente este nome: VARICAP.
O segredo deste VFO é o uso de capacitores stiroflex em conjunto com capacitores cerâmicos o que tenta neutralizar a variação de capacitância no fator da temperatura.
Acima o VFO do Ararinha que foi reprojetado especialmente para o meu projeto do Novicio.

Abaixo detalhe do Varicap, é o diodo preto com faixa amarela, e a bobina do oscilador enrolada numa forma de papel.


Abaico um print da planinha construida pelo Miguel PY2OHH que usei para reprojetar o VFO.
Mais detalhes no site dele:
http://py2ohh.w2c.com.br/

Acompanhe o projeto no meu canal
https://youtu.be/6n8qVZH_yNI

Criticas, sugestões e comentários construtivos sempre são bem vindos.
73 extensivo aos teus


sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Novicio QRP 80m


Inicio um série sobre minha montagem QRP O Novício QRP 80m, muito tenho aprendido e visto na prática sobre conceitos fundamentais usados nos rádio comerciais.
Esta montagem foi praticamente o start que me motivou os trabalhos em manutenção em rádios, lineares e outros equipamentos para rádios amadores, hoje como SAB Telecom.

Vamos a descrição do funcionamento do mesmo seguindo o diagrama em blocos a seguir.
Começando com o receptor veremos que a antena se conecta por meio de um relé que está na placa de saída à um filtro de banda passante feito com duas bobinas e seus capacitores associados. Este conjunto deixa passar somente uma parte das frequências compreendidas mais ou menos entre 3,5 e 3,8 MHz, no meio da qual se encontram a maioria das transmissões de SSB, principalmente entre 3,620 e 3,720 MHz. O restante das frequências é totalmente atenuado.
Esta estreita margem de frequências que nos interessam é amplificada pelos transistores Q1 e Q2, para elevar o nível de sinal e adaptar sua impedância à entrada do misturador balanceado, formado em torno de Q3 e T1. Este misturador é bidirecional, e serve tanto para o transmissor quanto para o receptor, simplificando o circuito sem perder qualidade.

O misturador balanceado toma o sinal do VFO e por meio do transistor Q3 o amplifica e o leva a T1, que é um transformador trifilar, que entrega duas saídas defasadas 180º entre si.
Estas saídas vão, por meio de dois diodos, a um trimpot que estando em ponto de equilíbrio, anula o sinal do VFO na saída, ou seja, sobre o indutor de 1 mH. Com isso se consegue a idéia do misturador
balanceado, que é que o sinal do VFO não se faça presente na saída. Se pelo ponto médio ingressa um
sinal, por exemplo, de 3,65 MHz, se produz um batimento ou heterodinagem entre as duas frequências, conseguindo na saída a soma e o restante de ambas, porém o sinal do VFO não aparece.

A soma do VFO e o sinal de entrada são amplificados pelo transistor Q4 e dão
uma frequência intermediária de 8 MHz, que é selecionada por um filtro a cristal tipo ladder, construído a partir de 4 cristais baratos e fáceis de adquirir. Este é um filtro muito estreito, que deixa passar somente o sinal que nos interessa, atenuando todos os demais. Graças a este filtro que podemos fazer um receptor seletivo com componentes tão simples

 
Depois do filtro, o sinal de f.i. é amplificado pelo transistor Q5 e introduzido ao transistor Q6, que excita o transformador trifilar do detetor de produto. Este detector funciona misturando os sinais que saem do filtro de f.i. com um oscilador de batimento de 8 MHz formado pelos transistores Q15 e Q8. O princípio do mesmo é simples: lembrem-se de que em SSB não há portadora, e é por isso que se escutarmos o sinal num receptor comum soará mais ou menos como um pato. O oscilador de
batimento reinjeta a portadora para recuperar o áudio original. Por isso se deve sintonizar o ponto de
“batimento zero”. Se o passamos por um lado soa uma voz muito aguda e se o passamos para outro lado sai cada vez mais grave e se torna ininteligível.


O transistor Q7 se encarrega de amplificar os débeis sinais de áudio recuperados anteriormente no detetor de produto. A saída deste transistor se conecta por um cabo blindado a outra placa, chamada etapa de áudio.

Interessados no original projeto completo envio por e-mail.
Logo voltarei com as partes mais detalhadas deste projeto
73 extensivo aos todos os teus